O crescimento rápido no número de mortos pelo coronavírus nas periferias de São Paulo escancara diariamente a fragilidade do nosso sistema de saúde pública e a desigualdade social na capital.
De acordo com a Secretaria Municipal da Saúde, só na última semana houve um aumento de 45% no número de mortes pela Covid-19 nos 20 distritos mais pobres da capital – que embora possuam um menor número de casos, concentram a maior taxa de mortalidade.
De todos os distritos, a Brasilândia e o Sapompeba apresentam o maior número de mortes, 81 e 77 casos respectivamente. Ambos tiveram um aumento em torno de 50%.
Com dificuldades para cumprir o isolamento social por conta das moradias superlotadas, falta de saneamento básico, péssimas condições sanitárias, falta de acesso a produtos de higiene, os moradores das periferias – que na maioria das vezes dependem unicamente do SUS – sofrem principalmente pela falta de acesso aos leitos de UTI.
De acordo com levantamento, Vila Mariana, Sé e Pinheiros são os três distritos que concentram 60% de todos os leitos de UTI da cidade, enquanto distritos como Parelheiros, Cidade Ademar, Campo Limpo, na zona sul; Anhanguera e Tremembé, na zona norte; Aricanduva, na zona leste; e Lapa, na zona oeste, não possuem nenhum.
Para 20% dos paulistanos, não há sequer um leito de UTI na subprefeitura onde vivem
O hospital da Brasilândia, que poderia disponibilizar 305 leitos à população no distrito que concentra o maior número de casos de Covid-19 na capital, devia ter ficado pronto em 2017, mas está de portas fechadas por conta do atraso do prefeito Bruno Covas.
O vereador Giannazi está em luta pela reabertura de hospitais fechados como o Sorocabana, Evaldo Foz, Santa Cecília, São Leopoldo e Santa Marta, por isso criou a campanha #ReabreJá! Cada Banco Adota um Hospital, visando criação de novos leitos à população no município de São Paulo.
Esse avanço expressivo no número de infectados por coronavírus pode significar o colapso do nosso sistema de Saúde, que não está preparado para lidar com este inchaço nos hospitais e leitos de UTI. No estado de São Paulo, o coronavírus já mata mais que acidentes de trânsito, a segunda maior causa externa de mortalidade no Brasil.