Ao atacar covardemente e de modo vil a memória de Marielle Franco, o vereador Fernando Holiday reafirma mais uma vez que está a serviço dos opressores. Diante de tantos problemas que a cidade enfrenta, ele encontra tempo para condenar a aprovação de lei que batiza uma praça na Brasilândia, bairro da zona norte de São Paulo, com o nome da vereadora assassinada ao lado do motorista Anderson Gomes em março de 2018. Um dos autores da proposta é o vereador Celso Giannazi (PSOL), mesmo partido de Marielle. Mas o projeto contou com o apoio de parlamentares de vários partidos (que, por óbvio, acharam justo homenagear uma representante do povo assassinada em circunstâncias ainda longe de esclarecimento). O ataque persistente à memória de Marielle lembra uma música de Gonzaguinha, pois se trata de uma disputa pela narrativa e sobre a verdade e a história que se conta e é propagada: “Memória de um tempo onde lutar pelo seu direito é um defeito que mata”. Marielle foi vítima de um crime político. Foi morta por defender os direitos humanos e das minorias. Mulher, negra, favelada e lésbica. O que está por trás do constante ataque à sua memória? Por que mentir sobre quem ela foi e deturpar o sentido das suas lutas? Quem mandou matar? Seguimos firmes na defesa de sua memória e da verdade histórica. Porque, se não lutarmos, nem os nossos mortos estarão seguros.