Na última terça-feira (24), Jair Bolsonaro fez um pronunciamento irresponsável a respeito do novo coronavírus (COVID-19). O discurso absurdo do presidente serviu para reafirmar sua ignorância sobre o surto do vírus no Brasil e no mundo e para confirmar seu descaso com a vida de milhares de brasileiros.
Bolsonaro voltou a falar em “histeria” causada pela imprensa, debochou da letalidade da doença, chamando-a de “gripezinha” e “resfriadinho” e atacou as medidas de isolamento adotadas por governos estaduais e municipais, indo na contramão dos discursos da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do seu próprio Ministério da Saúde. Além de protagonizar falas criminosas, como “grupo de risco é o das pessoas acima dos 60 anos. Por que fechar escolas?”.
O vereador Celso Giannazi criticou duramente a postura do presidente: “O pronunciamento de ontem é a prova de que Bolsonaro não tem nenhuma condição de conduzir o país durante a crise do coronavírus. Enquanto o presidente chama a pandemia de ‘histeria’, o número de mortes sobe a cada dia.”
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O pronunciamento de Bolsonaro tem sido alvo de críticas de instituições médicas, organizações internacionais e governantes brasileiros. Ao menos 11 entidades médicas, científicas e de enfermagem rebateram a fala de Bolsonaro. 7 associações assinaram uma nota em que classificam o discurso de Bolsonaro como “incoerente e criminoso”.
Governadores de todo o país reagiram negativamente à postura de Bolsonaro e têm ignorado as falas do presidente, ao manter as medidas preventivas para combater a pandemia do novo coronavírus. Alguns governantes recorreram à China por ajuda, país que teve relações diplomáticas desgastadas com o Brasil por conta das absurdas acusações, sem provas, do filho do presidente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (sem partido), nas quais culpou a China pela disseminação do vírus pelo mundo.
Bolsonaro também foi rebatido pelo diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus: ” Em muitos países, as UTIs estão lotadas e essa é uma doença muito séria” e pelo Secretário Geral da ONU, Antonio Guterres, que pediu que os governantes do mundo todo entendam que se trata de uma ameaça “para toda a humanidade”.
JAIR BOLSONARO É NEGLIGENTE COM A GRAVIDADE DA PANDEMIA
O portal The Intercept Brasil teve acesso aos dados da Abin, a agência de inteligência do governo federal, que evidenciam a gravidade da doença no Brasil.
Com a curva de progressão do vírus na China, Itália e no Irã sendo aplicada ao Brasil, em 6 de abril chegaremos a 5.571 mortos e 207.435 casos da doença. Em um cenário mais otimista e menos provável, utilizando dados de Alemanha e França, em 6 de abril teremos 2.062 pessoas mortas pela COVID-19.
A Abin também projetou um colapso nas UTis em 15 dias. Também aplicando a curva da epidemia de China, Itália e Irã ao Brasil, chegou à conclusão que 10.385 leitos, ou 17,4% dos quase 60 mil disponíveis no país, estarão ocupados por casos graves de coronavírus.
Giannazi propôs crédito de R$ 300 milhões para abertura e manutenção de leitos de UTIs.
A análise ainda é imprecisa, pois o Brasil tem uma grande limitação na realização de testes para diagnosticar o vírus, fato que dificulta o estudo sobre o avanço da doença no país e atrasa o tratamento de pessoas infectadas. Segundo as secretarias estaduais de Saúde, até às 18h20 desta quarta-feira (25), são 2.452 casos confirmados e 56 mortes por todo o país, mas com esse delay de informações, podem ser muito mais.
No último domingo (22), o Ministério da Saúde anunciou a compra de 10 milhões de testes rápidos e nesta terça (24) informou que ampliará para 22,9 milhões o número de testes disponíveis, sendo parte desses testes para diagnosticar pacientes com sintomas leves. Contudo, as medidas ainda são insuficientes para atender um país com mais de 200 milhões de habitantes.
É urgente a liberação de mais recursos por parte do governo para combater o coronavírus e o investimento em políticas públicas para cuidar da população. Porém, Bolsonaro demonstra ser um lunático genocida que não está nem aí para a vida das pessoas.