A CPI da Prevent Senior, instaurada na Câmara Municipal de São Paulo em outubro de 2021, foi criada com o objetivo de investigar irregularidades na atuação da operadora de saúde durante a pandemia. O vereador Celso Giannazi, nomeado vice-presidente da Comissão, tem atuado fortemente para esclarecer os fatos e garantir justiça para os familiares de todas as vítimas de um dos maiores escândalos médicos da história do país.
São diversas as denúncias envolvendo a empresa. A principal delas evidencia a prescrição de medicamentos ineficazes para a Covid-19 – como a hidroxocloroquina – mesmo após a OMS ter suspendido os testes com a droga por ser contraindicada para o tratamento da doença. De acordo com os relatos, a empresa obrigava os seus médicos a fornecerem o chamado “kit Covid”, composto por essa e outras medicações.
Além disso, a CPI investiga o tratamento desumano prestado aos pacientes e a adulteração de prontuários médicos e atestados de óbito com o objetivo de omitir o número real de mortes pela doença.
Outra irregularidade envolvendo a Prevent Senior é a de que sete hospitais da rede operavam sem alvará da Prefeitura. Para prestar esclarecimentos, foram convocados representantes das subprefeituras da Mooca, Sé, Pinheiros, Butantã e Santana/Tucuruvi, nas quais estão localizados os hospitais.
Também foram ouvidos familiares de pacientes vítimas da Covid-19 e ex-funcionários e médicos da empresa. Destacam-se os depoimentos do coordenador da Covisa (Coordenadoria de Vigilância em Saúde) Luiz Artur Vieira Caldeira, o coordenador da Conep (Comissão Nacional de Ética em Pesquisa) Jorge Alves de Venâncio, da diretora técnica da Prevent Senior Daniela Kinoshita Ota, da presidente do CREMESP (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo) Irene Abramovich e da advogada Bruna Medeiros, que auxiliou ex-médicos da Prevent Senior a elaborarem um dossiê com denúncias.
Após dois meses de recesso de fim de ano na Câmara Municipal, a CPI da Prevent retomou às atividades na última quinta-feira (10/02). Para as próximas oitivas, foram convocado os irmãos Andrea, Eduardo e Fernando Parrillo, donos da operadora de saúde.
A princípio, a Comissão se reunirá até o final de março, podendo ser estendida de acordo com o curso das investigações. Ao final da CPI, os vereadores membros irão elaborar um relatório que será encaminhado ao Ministério Público, para que avalie a possível abertura de um inquérito.