A economia mundial está em colapso com o avanço da pandemia do novo coronavírus (COVID-19). No Brasil, segundo um estudo dos pesquisadores Débora Freire, Edson Domingues e Aline Magalhães, da UFMG, famílias mais pobres e trabalhadores informais serão muito mais afetados.
De acordo com a pesquisa, em um cenário de queda de 0,14% do PIB e de 0,1% no nível de emprego, famílias com renda de 0 e 2 salários mínimos podem ter 20% da sua renda mais impactada do que as famílias que possuem rendas superiores.
Famílias de baixa renda dependem, majoritariamente, da renda do trabalho. Paralelamente, famílias de rendas mais altas possuem uma maior diversificação de acúmulo de capital. Portanto, em um momento de crise e instabilidade econômica, como o atual, há diversos fatores que prejudicam as famílias mais pobres.
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O principal fator é a falta de preparação do governo para gestão de crise. O governo Bolsonaro deu prosseguimento às Reformas Trabalhista e Previdenciária, medidas que aumentaram a desigualdade e informalidade no trabalho e aprofundaram a difícil situação dessas famílias nos últimos anos. Agora, Bolsonaro anunciou medidas patéticas para “garantir” que as famílias mais pobres não sejam prejudicadas, como a diminuição das jornadas de trabalho, mas também reduzindo os salários, e a distribuição de um voucher de R$ 200.
Com a política de combate à COVID-19, comércio e empresas estão suspendendo suas atividades, portanto, o número de desempregados deverá subir para contenção de gastos dos patrões. E, novamente, Bolsonaro e seus ministros não tem planos para essa situação.
Para defender os trabalhadores informais, que serão os mais afetados pela crise, Giannazi criou um abaixo-assinado para exigir que os governos Federal, Estadual e Municipal criem um programa emergencial para socorrer financeiramente os trabalhadores e trabalhadoras da economia informal, professores particulares e autônomos, trabalhadores de aplicativos, diaristas, músicos, profissionais da cultura e do entretenimento, autônomos em geral e etc.
Giannazi também apresentou o PL 161/2020, que estabelece o controle do preço de materiais de higiene pessoal, o PL 142/2020, que que cria o bolsa alimentação para os estudantes que terão aulas suspensas, o PL 167/2020, que proíbe a rescisão ou suspensão dos contratos de funcionários de empresas terceirizadas, o PL 169/2020, que garante que serviços púbicos essenciais não sejam sejam paralisados e o PL 172/2020, que garante a distribuição gratuita de materiais de higiene para a população de rua.
O investimento público em políticas sociais é o caminho para proteger a população neste momento de crise. É preciso acabar com o teto de gastos e a Lei de Responsabilidade Fiscal para elevar a verba para a saúde e o reforço em programas sociais, como o Bolsa Família.