A Comissão Extraordinária de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania convocou uma Reunião Extraordinária Virtual para tratar sobre a escalada de violência policial nas periferias da cidade de São Paulo. Foram convidados secretários, representantes municipais e estaduais que atuam diretamente na questão, bem como entidades organizadas da sociedade civil para falar sobre as diversas denúncias de abuso de poder e violência policial, práticas das quais os jovens negros da periferia têm sido as maiores vítimas.
Giannazi aciona OEA contra violência policial de João Doria
Esta audiência pública foi pensada em decorrência do requerimento que o vereador Celso Giannazi protocolou a fim de que a Comissão apure a violação aos direitos humanos ocorrida em razão do brutal assassinato de Guilherme Silva Guedes, adolescente de 15 anos, morador da zona sul da cidade e que foi vítima de um agente do Batalhão de Ações Especiais da PM. Giannazi também emitiu requerimento com a intenção de criar uma CPI dentro da Câmara Municipal que investigue casos de violência policial.
Requerimento à Comissão de Direitos Humanos sobre o assassinato de Guilherme Silva Guedes
Durante a reunião, o vereador Celso Giannazi ressaltou a escalada de violência policial no Brasil, no estado e, principalmente, no município de São Paulo e repudiou atitudes de governantes e autoridades públicas que normalizam a truculência da Polícia Militar. O vereador também fez uso de sua fala na reunião para trazer dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2019.
Segundo o anuário, 2.620 pessoas foram mortas em decorrência de intervenções policiais em 2018, um aumento de 20% em relação ao ano anterior. O documento conclui que 11 em cada 100 mortes violentas intencionais foram provocadas pelas polícias. Além disso, o perfil de quem morre nas mãos da PM também é claro: 99,3% eram homens, 77,9% tinham idade entre 15 e 29 anos e 75,4% eram pessoas negras.