Vereador Celso Giannazi na Audiência Pública sobre precarização da Educação Infantil
Vereador Celso Giannazi na Audiência Pública sobre precarização da Educação Infantil

A pedido do vereador Celso Giannazi, que é vice-presidente da Comissão de Educação, a Câmara realizou uma Audiência Pública no dia 5 de maio sobre o desmonte da Educação Infantil na cidade de São Paulo. Clique aqui e veja como foi! A seguir, leia os relatos encaminhados ao nosso mandato por mães e trabalhadoras! Vamos enviá-los ao Secretário de Educação e cobrar a resolução desses graves problemas.

 EMEI – DRE Jaçanã/Tremembé

“Nossa escola é grande, com uma demanda enorme, salas superlotadas (32 a 35 crianças por sala), 1 estagiária,  crianças com deficiência com e sem laudos!!! É desumano trabalhar com salas tão cheias!! Estamos adoecendo e perdendo a vontade de lecionar!!! Estou há 31 anos na educação e não aguento mais esse descaso!! Agora, para piorar, salas multiseriadas!!!! Um absurdo!!!!”

“A família do meu aluno autista fez solicitação de uma terapeuta ocupacional por necessidade e direito, e foi barrado pela SME, com a justificativa de que não havia necessidade, sendo que, nem ao menos conheceram pessoalmente a rotina e o aluno. Temos salas lotadas, sem auxiliar e esse auxílio se faz necessário para a boa qualidade de atendimento deste aluno e consequentemente dos outros. Sempre devemos pensar e priorizar os alunos em primeiro lugar!”

EMEI – DRE Freguesia/ Brasilândia

“É muito fácil falar sobre sala multietária quando se está sentado atrás de uma mesa dentro da Câmara ou no Gabinete da Prefeitura, pois criar leis absurdas e exigir que sejam cumpridas é fácil, difícil  é criar um ambiente apropriado com recursos para que seja exercida com qualidade e eficiência. Pois a realidade das unidades escolares é  outra totalmente diferente do que consta na teoria. É preciso fazer a inclusão das crianças com deficiência, mas esquecem  que os prédios antigos não possuem acesso para receber essas crianças. E que para cumprir a lei nós professoras, equipe de apoio  e gestão da unidade é que temos que dar o famoso ‘Jeitinho’ carregando crianças: subir e descer com essa criança e depois com a cadeira. A unidade não possui nem rampa e nem elevador… Fácil superlotar a sala com crianças de todas as idades e com crianças com deficiência e as educadoras terem que dar conta sem nenhum tipo de suporte. Sugiro que a pessoa que criou essa lei absurda venha passar um dia em uma dessas salas e se dê conta de toda rotina do CEI.”

CEI parceiro – DRE Capela do Socorro

“Muitas crianças vindo com laudos (de deficiência). Educadoras doentes e com grande desgaste físico e a instituição cobrando propostas.”

 CEI – DRE Pirituba

“Desde o início do ano letivo, a quantidade de alimentos entregues no CEI pela CODAE (Coordenadoria de Alimentação Escolar) está reduzida. Com o aumento de crianças frequentando a escola, a quantidade está sendo insuficiente para realizar todas as refeições, de acordo com o cardápio estipulado pela Prefeitura. Em alguns dias, a escola precisou comprar frutas e legumes com dinheiro da APM ou dos funcionários da escola, para que não faltasse lanche para as crianças! A alimentação de qualidade e na quantidade correta é um direito fundamental das nossas crianças, sendo importantíssimo destacar que muitas crianças, por situação de vulnerabilidade, contam tão somente com a alimentação fornecida na escola! Assim, solicito verificar com urgência o ocorrido, e que o problema seja sanado definitivamente, ou seja, que a CODAE passe a entregar os alimentos em qualidade, quantidade e variedade adequadas ao consumo das nossas crianças!”

EMEI – DRE Pirituba

“Na escola do meu filho infelizmente não tem suporte suficiente para atender as crianças com dignidade. Ainda estamos numa pandemia e as escolas estão funcionando no limite, sem funcionários: como saberemos que estão tomando as medidas preventivas na escola se não tem funcionários na escola para supervisionar e ajudar as crianças?”

“Com a falta de funcionários, todo o projeto pedagógico fica comprometido, com a sobrecarga docente, a falta de práticas básicas como acompanhamento de profissionais especializados em Educação Especial para os alunos com deficiência, falta de Equipe de Limpeza suficiente para a higienização da escola, de banheiros, prejudicando a higiene e bem-estar das crianças e adultos, insuficiência de insumos alimentícios, como óleo, sal etc. Foram feitos vários pedidos e relatórios foram enviados para a Diretoria Regional de Educação e nada é resolvido. De certo, não é a única escola a passar por esses problemas arcaicos, mas com certeza é mais uma que se indigna e repudia a falta de comprometimento com a real Educação na nossa cidade.”

EMEI – DRE Itaquera

“A realidade da Educação infantil em geral está uma lástima, nossas salas sempre estão lotadas, na minha escola mesmo, há várias crianças com transtorno do espectro autista e muitas mais sem laudo, e não há estagiário ou Auxiliar de Vida Escolar para nos ajudar. Muitas professoras desde que estou lá saíram da escola chorando ou praticamente desmaiadas de tanto estresse. A maioria das crianças estão com comportamento extremamente agressivo. Não conseguem dar sequência a projetos ou atividades, pois as crianças estão muito desinteressadas. A escola também não possui brinquedos pedagógicos interessantes e a pouca quantidade de brinquedos não dá conta da quantidade de crianças. Na minha escola não foi autorizada a reposição das paralisações aos sábados, as professoras estão tendo que repor em contraturno, o que está ocasionando um desgaste físico e emocional de todas. Exigem muito do professor na escrita de diários de bordo, sendo que há dias, que mal conseguimos ir ao banheiro, porque não encontramos alguém próximo para ficar em nosso lugar na sala. Não podemos expor nossas dificuldades no diário de bordo, não podemos expor realmente o que acontece.”

“A sensação é de fracasso, impotência e indignação. Minha dupla passou mal e precisou ir embora, está afastada. Os casos de afastamento estão começando e ainda estamos iniciando o mês de maio. Será que chegaremos sãs ao término do ano letivo de 2022? Minha principal questão é: sala com 35 crianças em um espaço que não comporta. Crianças em faixa etária diferente, falta de acompanhamento multidisciplinar para as crianças. A UBS atende apenas o sistema vacinal? E acompanhamento pediátrico, psicológico, assistência social? As crianças gritam por socorro, quem vai ouvir esse grito?”

Para resolver essas questões e punir os responsáveis, o vereador Celso Giannazi acionou o Ministério Público e o Tribunal de Contas do Município. As crianças não podem ter o seu direito à Educação prejudicado!

Confira imagens da Audiência Pública ocorrida na Câmara!