Governo libera R$ 10 Bi para planos de saúde mas faltam recursos para os municípios

A estimativa de unidades de leitos de UTI necessárias para o enfrentamento do COVID-19 em São Paulo é superior a 2.000. Foto: Sérgio Lima/Poder360 .
A estimativa de unidades de leitos de UTI necessárias para o enfrentamento do COVID-19 em São Paulo é superior a 2.000. Foto: Sérgio Lima/Poder360 .

Cerca de 20% dos pacientes confirmados com coronavírus em São Paulo estão internados em estado grave na UTI, segundo o secretário da Saúde de São Paulo, José Henrique Germann. Esse cálculo só leva em conta os casos computados pelo Ministério da Saúde. De acordo com o último balanço divulgado nesta quinta-feira (19), há 286 casos confirmados da doença no estado.

Conheça as ações do vereador Giannazi para o Enfrentamento do Coronavírus!

A estimativa de unidades de leitos de UTI necessárias para o enfrentamento do COVID-19 em São Paulo é superior a 2.000, número que supera a capacidade atual dos hospitais da cidade. Além disso, o Teto de Gastos (EC 95) e a Lei de Responsabilidade Fiscal, impedem que a União, estados e municípios elevem os gastos no combate à doença de maneira direta.

Frente a essas questões, e com o intuito de que não faltem leitos no combate ao novo coronavírus, o vereador Celso Giannazi apresentou o Requerimento 247/2020, que propõe a liberação de créditos suplementares de R$ 300 milhões para a abertura de novos leitos em UTI. Garantir esses leitos é fundamental para que os quadros mais graves da doença sejam de maneira eficaz, evitando o contágio com outros pacientes e novas mortes.

Clique para conferir o Requerimento 247/2020 na íntegra

Enquanto os municípios batalham para angariar recursos no combate ao Covid-19, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou que o governo vai facilitar a liberação de R$ 10 bilhões aos planos de saúde. O valor é o dobro do que foi liberado para o SUS (cerca de R$ 5 bi), e revela as reais prioridades do governo: proteger o lucro dos grandes empresários em detrimento da saúde da população que necessita do SUS.

Também vale lembrar que cerca de 60% dos municípios brasileiros —nos quais vivem 33,3 milhões de pessoas— não têm nenhum respirador disponível em suas unidades de saúde. Esse “deserto de assistência” se concentra, em grande parte, nas regiões Norte e Nordeste. O equipamento é essencial para o atendimento de pacientes graves da epidemia.

Enquanto no Rio e São Paulo há um equipamento para cerca de 2.400 habitantes, em estados do Norte e Nordeste essa proporção chega a triplicar: no Maranhão a proporção é de um respirador para cada 6.668 pessoas; no Piauí essa proporção é de um para cada 7.226 pessoas; e chega a um equipamento para cada 8.997 pessoas no Amapá —quase três vezes mais do que nos dois estados do Sudeste. O equipamento faz parte do kit para a criação de leitos de UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) e serve para dar suporte a pacientes com dificuldades respiratórias —quadro que tem acometido até 15% do total de vítimas do coronavírus em outros países.