Foto de Igor Schutz (https://creativecommons.org/licenses/by/2.0/)
Foto de Igor Schutz (https://creativecommons.org/licenses/by/2.0/)

Vai ficar ainda mais difícil se locomover pela cidade, mas não para Bruno Covas. Isso porque a partir de 1º de agosto, próxima quinta-feira, a gestão Covas autorizou o corte de 144 linhas de ônibus das ruas da cidade.

Porém, o corte pode ser ainda maior, já que nem todas as Ordens de Serviço Operacional (OSO) da São Paulo Transporte (SPTrans) estão disponíveis para consulta. A redução se dá em comparação com o número de veículos em operação até 31 de maio, antes do período de férias escolares.

Áreas afetadas

Zona Noroeste – Na região de Perus, o Consórcio Bandeirante (Área 1, ônibus verde-claro) terá diminuição de 830 para 808 veículos.

Zona Norte – A empresa Sambaíba (Área 2, ônibus azul escuro) vai ter redução de 1.183 para 1.165.

Zona Sul – Na região do Grajaú, a MobiBrasil (Área 6, ônibus azul claro) vai de 540 para 531 veículos. E na região do Capão Redondo (Área 7, vinho), as viações Gato Preto e Transpass, que operavam juntas com 785 ônibus, agora operam separadas, com 747 veículos no total.

Zona Oeste – A Viação Gatusa (Área 8, laranja) passa de 226 para 213, a KBPX de 240 para 224 e a Campo Belo, de 497 para 469.

Nunca é demais lembrar que essa gestão sempre trabalhou para cortar o transporte público da população. Em 2017, a licitação realizada definia a redução do número total de ônibus no sistema de 13.603 para 12.667 veículos. Ou seja, um corte de quase mil linhas.

Além disso, o edital previa a extinção de 149 linhas e redução da extensão de outras 134.

Os ataques vem por todos os lados

Desde janeiro, Bruno Covas avança contra a população no quesito Transporte. Na primeira semana do ano, aumentou a passagem de R$ 4 para R$ 4,30. No 26 de fevereiro, a Prefeitura publicou o Decreto 58.639/2019, que alterava as regras do Bilhete Único, entre os ataques a reduzia o número de embarques por passagem.

Os ataques não pararam por aí. Em abril, a Prefeitura de São Paulo publicou normas que reestruturavam o setor e cortavam 146 linhas de coletivos da cidade, uma diminuição de 646 veículos em operação.

Trabalhadores em risco

Além da ameaça do fim a função de cobrador de ônibus, com o motorista acumulando as funções, o Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo (Sindmotoristas) alerta para uma onda de demissões com o cortes das linhas.

Nesta segunda (29), o Sindicato realizou assembleia da categoria, em frente à sede do Sindmotoristas, e reuniu mais de seis mil trabalhadores para deliberar sobre as ações em defesa do emprego. Os trabalhadores aprovaram por unanimidade o plano de luta para a próxima quarta-feira (31):

– Manifestação em todos os terminais de ônibus a partir das 9 horas. O movimento terá duração de três horas;
– Passeata dos trabalhadores pelas principais vias de São Paulo, passando pela Avenida Paulista, Consolação, até a sede da Prefeitura, no centro da cidade. A concentração será na sede do sindicato, às 14 horas.

A categoria promete parar todo o sistema de ônibus se a Prefeitura não desistir da proposta.

Com informações da Rede Brasil Atual