A Bahia concentra o maior número de desempregados e desalentados, o Maranhão dos sem carteira e o Piauí daqueles que precisam e querem trabalhar    mais horas, mas não conseguem.
A Bahia concentra o maior número de desempregados e desalentados, o Maranhão dos sem carteira e o Piauí daqueles que precisam e querem trabalhar mais horas, mas não conseguem.

A política de cortes de Jair Bolsonaro já alcança seus resultados mais nefastos e a região Nordeste, que já computou crescimento maior que o Brasil, sofre com brutal recessão e concentra as maiores taxas de desemprego, trabalhadores sem carteira assinada, subutilizados e desalentados, de acordo com os dados do 2º trimestre de 2019, da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgados na última semana.

E enquanto Bolsonaro tenta aprovar a reforma da Previdência e apresenta, dia sim dia não, novas medidas para retirar direitos da classe trabalhadora, um quarto (26,2%) dos desempregados, o que equivale a 3,347 milhões de pessoas, estão procurando emprego há pelo menos 2 anos. No 1º trimestre, estavam nesta situação 3,319 milhões trabalhadores, ou 24,8% do total.

Desde 2016, tanto o ilegítimo governo de Michel Temer (MDB) quanto o governo de Jair Bolsonaro (PSL) veem garantindo que a aprovação de propostas de retirada de direitos previdenciários e trabalhistas aqueceria a economia e geraria milhões de empregos. Mas, as pesquisas do IBGE comprovam o contrário, acompanhe:

1 – A taxa de desemprego do 2º trimestre deste ano no país foi de 12%, o que equivale a 12,8 milhões de trabalhadores e trabalhadoras fora do mercado formal de trabalho. As maiores taxas foram registradas na Bahia (17,3%), Amapá (16,9%) e Pernambuco (16,0%).

2 – Entre os sem carteira assinada, os campeões também estão no Nordeste. O percentual de trabalhadores sem carteira e, portanto, sem direitos assegurados em todo o país foi de 25,7%. E os estados com os maiores percentuais foram  Maranhão (49,7%), Piauí (48,0%) e Pará (47,3%).

3 – A subutilização atinge 28,4 milhões de brasileiros que poderiam e querem trabalhar mais horas e não conseguem em todo o país. E, mais uma vez, estados nordestinos estão entre os mais afetados por este drama. As regiões mais afetadas por falta de trabalho foram Piauí (43,3%), Maranhão (41,0%) e Bahia (40,1%).

4 – O desalento, trabalhadores que desistiram de procurar emprego, atingiu4,9 milhões de pessoas no 2º trimestre de 2019. Os maiores contingentes de desalentados estão na Bahia (766 mil pessoas) e no Maranhão (588 mil) e os menores no Amapá (13 mil) e em Rondônia (15 mil).

 5 – A informalidade também avançou e o percentual de desempregados, fazendo bicos, ou trabalhando por conta própria, como diz o IBGE, foi de 25,9% no 2º trimestre deste ano. E mais uma vez, as maiores vítimas da crise econômica estão na região Norte e Nordeste: Pará (35,6%), Amapá (35,1%) e Amazonas (34,3%). Confira na página do IBGE.