A cada 40 segundos uma pessoa morre por suicídio em algum lugar do mundo, totalizando mais de 800 mil mortes por ano. Essa é a segunda causa de morte em jovens entre 15 e 29 anos, responsável por 50% das mortes violentas entre homens e por 71% entre mulheres. Devido ao fato de vários países adotarem estratégias de prevenção do suicídio, recomendadas pela OMS e adaptadas de acordo com suas condições locais, a taxa global desse tipo de morte sofreu uma redução de 9,8% entre 2010 e 2016.
Entretanto, quando observamos o Brasil, no mesmo período, a taxa de suicídio cresceu 7%. Em números, são cerca de 11 mil a 12 mil mortes por suicídio por ano. Nosso país falha ao não adotar as estratégias de prevenção recomendadas pela OMS, medidas simples de serem implementadas e de baixo custo que comprovadamente ajudam a diminuir a incidência de casos.
No Brasil, o Centro de Valorização da Vida (CVV) é responsável por promover apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo gratuitamente, sob total sigilo, por telefone (188), e-mail e chat 24 horas todos os dias.
O suicídio é um problema de saúde pública e um fenômeno multicausal, ou seja, não tem uma única causa definida, mas é influenciado por uma combinação de fatores, como transtornos mentais e questões socioculturais, genéticas, psicodinâmicas, filosófico-existenciais e ambientais.
A adoção de medidas preventivas se torna ainda mais necessária se considerarmos que aproximadamente 75% dos casos de suicídio ocorrem em países de renda baixa que nem sempre dispõem de sistemas de saúde acessíveis a toda população, como é o caso do Brasil.
Aqui na Câmara Municipal, avançou para segunda votação em plenário o PL 701/17, de coautoria de Giannazi, que cria o programa municipal de prevenção ao suicídio e promove o acesso à saúde mental entre jovens e adolescentes.
As medidas preventivas recomendadas pela OMS são:
1. Promover o suporte e a reabilitação das pessoas com comportamento suicida;
2. Melhorar o diagnóstico e o tratamento dos transtornos mentais;
3. Aumentar a atenção entre profissionais de saúde para suas próprias atitudes e tabus em relação à prevenção do suicídio e às doenças mentais;
4. Identificar e reduzir a disponibilidade e o acesso aos meios para se cometer o suicídio;
5. Aumentar o conhecimento através da educação pública sobre doenças mentais e seu reconhecimento precoce;
6. Auxiliar a mídia sobre como noticiar suicídios;
7. Incentivar a pesquisa na prevenção de suicídio;
8. Promover o treinamento de equipes de saúde e indivíduos-chave, como lideranças das comunidades;
9. Promover o suporte para familiares, amigos e pessoas próximas de indivíduos que faleceram por suicídio.