analfabetos
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Dia 08 de setembro é o Dia Internacional da Alfabetização, data que nos faz refletir sobre o estado real da educação em nosso país. O analfabetismo no Brasil é uma questão endêmica. A falta de acesso à educação, e outros fatores socioeconômicos fazem com o que o país permaneça com uma marca preocupante de 11,3 milhões de analfabetos. Os dados foram divulgados esse ano pelo IBGE e fazem parte do suplemento de educação da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua). 

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Em relação a 2018, apenas 121 mil pessoas deixaram essa estatística o que fez cair em 0,2% a média nacional. Contudo, nesse ritmo, o Brasil ficará bem longe de atingir a meta do Plano Nacional de Educação de erradicar o analfabetismo até 2024.

O objetivo era atingir uma taxa de 6,5% de analfabetismo em 2015, mas quatro anos se passaram e a porcentagem de brasileiros que não conseguem ler ou escrever nem um bilhete simples continua maior que o esperado. Em 2018 essa taxa foi de 6,8%, acima dos 6,5% projetados. Também no ano de 2018, apenas 13 estados atingiram a meta de redução do analfabetismo estipulada.

Quando analisamos os dados por região, a situação do Nordeste é a mais crítica, com uma taxa de analfabetismo de 13,9%, bem acima da média nacional e quatro vezes maior que a do Sudeste, com 3,5%. Quando consideramos só as pessoas de 60 anos ou mais, a diferença fica ainda mais gritante: 37% dos idosos no Nordeste não sabem ler e escrever um bilhete, enquanto no Sudeste são 10%.

As informações da Pnad Contínua mostram que há uma clara associação do analfabetismo com a faixa etária. De acordo com o IBGE, a maior quantidade de analfabetos está registrada na população 60 anos ou mais, com uma taxa de 18,6% de analfabetos. A taxa é de 11,5% entre a população de 40 anos ou mais; e 7,2% entre os que têm 25 anos ou mais.

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Os dados de analfabetismo do Brasil evidenciam também a disparidade educacional entre brancos e negros. Enquanto a população branca tem um índice de analfabetismo de 3,9%, o percentual entre a população negra é mais que o dobro, chegando a 9,1%.

Ao analisar o Índice Nacional de Analfabetismo Funcional (Inaf), feito em parceria com o Ibope, a situação se mostra ainda mais preocupante. O Inaf 2018 apontou que cerca de 30% dos brasileiros entre 15 e 64 anos são analfabetos funcionais, ou seja, apesar do índice de analfabetismo beirar os 7%, 3 em cada 10 brasileiros ainda têm altas limitações para ler ou escrever um bilhete simples.

Tais dados, mostram por diferentes ângulos a complexidade da questão da alfabetização no Brasil, e a sua clara relação com a desigualdade social e racial, que dificultam o acesso dos jovens à educação. Frente a essa realidade, nosso mandato criou diversos Conselhos relacionados à educação para formular soluções com quem convive diariamente com essa realidade. Acreditamos que lutar por mais acesso e igualdade no ensino público é essencial, não só na erradicação do analfabetismo, mas na conquista de efetiva igualdade no nosso país.