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Foto de Pixabay
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A agricultura familiar é mais uma vítima da sanha de retrocessos do desgoverno Bolsonaro. O governo deixou de repassar cerca de R$ 6 bilhões da verba anunciada para a safra 2018/19 da agricultura familiar (o equivalente a 20% do total de recursos), conforme a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag). O órgão também acusa que Bolsonaro suspendeu R$ 800 milhões que iriam para os trabalhadores através de investimentos do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).

A agricultura familiar é responsável por colocar muitos dos alimentos do prato dos brasileiros e sustentar a economia de 90% dos municípios com até 20 mil habitantes. Mesmo assim, sofre com os desmandos de Bolsonaro e é uma das mais atingidas pelos cortes de quase 40% do Orçamento do Ministério da Agricultura pelo governo.

Sem falar que a pasta está sob administração da “Musa do Veneno” da bancada ruralista, Tereza Cristina, que prioriza a agricultura de exportação em detrimento da familiar e é uma das expoentes da liberação discriminada de agrotóxicos.

Veja também: Bolsonaro libera veneno no prato brasileiro

https://www.facebook.com/CelsoGiannazi/posts/2061071847516817

Agricultura Familiar no Brasil

A agricultura familiar é uma modalidade de extrema importância para o desenvolvimento sustentável e para o combate da fome no país. No entanto, ao invés de fomentar políticas públicas, Bolsonaro alega que “não existe fome no Brasil”, contradizendo dados de 2017 que atestam mais de 5 milhões de brasileiros desnutridos/subalimentados.

Com cerca de 4 milhões de estabelecimentos, a agricultura familiar, ao mesmo tempo em que representa 77% dos estabelecimentos agrícolas do país, ocupa apenas 23% da área agrícola total. Mesmo assim, é a 8ª maior produtora de alimentos do globo. Os dados realçam que, mesmo possuindo capacidade para alimentar sua população, o Brasil falha em atingir o básico.

E além disso, a agricultura familiar vem sendo desmontada no país. Comparando os Censos de 2006 com o de 2017, houve uma retração de 9,5% do total de estabelecimentos e perda de 2,2 milhões de trabalhadores em 11 anos, enquanto a agricultura não familiar criou de mais de 700 mil postos de trabalho neste tempo.