De acordo com levantamento feito pelo G1 e pela Globo News, os casos de feminicídio no estado de São Paulo aumentaram, entre janeiro e setembro de 2019, 27% em relação ao mesmo período do ano anterior.
O dado é preocupante. O levantamento mostra que 119 mulheres foram vítimas nesses 9 meses. Lamentavelmente, esse dado comprova o avanço da misoginia em nosso estado.
Pesquisa da Polícia Militar, entre 1º de abril e 18 de outubro, também aponta que o estado de São Paulo registrou 102, 7 mil casos de violência doméstica. O número indica uma média de um pedido de socorro a cada 2 minutos e 49 segundos.
Outro fato estarrecedor foi o veto do governador João Doria, em 15 de janeiro, quinze dias após a sua posse, do projeto de lei para que as Delegacias da Mulher funcionassem 24 horas por dia, inclusive aos finais de semana e feriados. Essa era uma das promessas de campanha do governador.
O Brasil ocupa o quinto lugar em taxas de feminicídios do mundo. Em 2018, 536 mulheres foram agredidas por hora, uma média de 8,9 mulheres por minuto, segundo dados do Fórum de Segurança Pública.
O número de notificações de violência física contra mulheres causadas por seus cônjuges ou namorados, segundo o Ministério da Saúde, quase quadruplicou. Uma das grandes barreiras ao combate é a tolerância social a esse tipo de violência.
De acordo com uma pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em 2014, embora 91% dos brasileiros afirmem que “homem que bate na esposa tem de ir para a cadeia”, 63% concordam que “casos de violência dentro de casa devem ser discutidos somente entre os membros da família”. Além disso, 89% dos entrevistados pensam que “a roupa suja deve ser lavada em casa” e 82% que “em briga de marido e mulher não se mete a colher”.