A crise instaurada no sistema funerário da cidade de São Paulo é tamanha que diariamente é preciso liberar mais espaço para novos sepultamentos. De janeiro a maio deste ano foram feitas quase 6.500 exumações na capital, fruto do histórico desmonte do serviço funerário da cidade, problema que o Ver. Celso Giannazi denunciava mesmo antes da pandemia.
Giannazi vota contra o PL 324/19 que privatiza os serviços funerários
Por causa da atual situação de calamidade pública instaurada pelo novo coronavírus, o serviço funerário precisou liberar mais espaço para novos sepultamentos e vai usar 12 contêineres com capacidade para armazenar 20 urnas. Contudo, membros do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de São Paulo afirmam que os ossários de alvenaria ainda são a melhor alternativa.
Desmonte da Saúde e do Sistema Funerário agravam colapso no município
No Cemitério da Vila Formosa, em média, são realizados 50 enterros por dia. É o mesmo número de exumações. A ideia é colocar as ossadas que estão enterradas há mais de três anos e não foram procuradas pelas famílias nesses novos contêineres que vão para os cemitérios da Vila Nova Cachoeirinha, São Luiz, Dom Bosco, Itaquera e Saudade, em São Miguel Paulista.
Sem investimentos, serviços funerários sofrem com abandono da gestão Covas
A exumação pode ser feita de forma automática quando a pessoa é enterrada no cemitério público, após três anos. Os restos mortais são colocados pela família num ossário, com a devida identificação. Caso ninguém da família apareça, o próprio poder público pode fazer a remoção desde que respeite o prazo legal.
O ideal seria que esse trabalho já estivesse sendo feito de maneira contínua pela prefeitura, de modo a criar constantemente mais espaço nos cemitérios públicos. Entretanto, a negligência das Gestões de Doria e Covas no município sucatearam o setor.
Precariza e Privatiza: PSDB destrói o Serviço Funerário
O Serviço Funerário Municipal tinha apenas 257 sepultadores antes da pandemia, e 60% deles tiveram que ser afastados por terem mais de 60 anos. E como existe um processo de privatização dos cemitério em curso, não se pode contratar servidores permanentes nesse momento. Ou seja, assim como os contêineres que vão guardar milhares de ossadas provisoriamente, os trabalhadores terceirizados que estão todos os dias se expondo ao risco de contrair a COVID-19 para fazer os sepultamentos não serão mantidos depois da pandemia.