No cenário brasileiro de quase 13 milhões de desempregados, 28 milhões de subutilizados e mais de 3 milhões procurando trabalho há pelo menos dois anos, a desigualdade no país só aumenta. O estudo “A Escaldada de Desigualdade”, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), constatou que a desigualdade no Brasil cresceu progressivamente 17 trimestres seguidos, sendo o pior índice da série histórica no país.
“Institutos como a ONU e a FioCruz apontam que a fome no Brasil chegou aos índices de 2006 e, pelo andar a carruagem, logo voltará aos índices de 2003. É um retrocesso muito grande, absoluto, não só do ponto de vista quantitativo, mas também na concepção. E fica pior quando observamos que a gestão Bolsonaro não apresentou nenhum projeto para reverter essa espiral de desigualdade”, denunciou o vereador Giannazi.
População que vive na pobreza
Entre 2015 e 2017, a parcela da população que vive na pobreza, em situação de miséria, aumentou 33%, chegando a 23,3 milhões de pessoas (cerca de 11% dos brasileiros à época).
Considerando como pobre apenas aqueles que recebem menos de R$ 233 por mês, a pesquisa levantou que, só em 2015, entraram na lista da pobreza 3,6 milhões de pessoas. De 2014 a 2019, a renda do 1% mais rico dos brasileiros cresceu 10,11%, enquanto as rendas de metade de população mais pobre e da classe média caíram 17,1% e 4,16%, respectivamente.
O cálculo do estudo levou em conta a Pnad Contínua do IBGE (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio) e o índice Gini, indicativo mundial de desigualdade.
A crise econômica dos últimos anos empurrou 7,4 milhões de brasileiros para a pobreza. O acréscimo reflete um salto de 20,5% – de 36,5 milhões para quase 44 milhões – no número de pessoas vivendo com menos de R$ 21,20 por dia.
Com informações de agências.