Foto: Diego Torres Silvestre (https://creativecommons.org/licenses/by/2.0/)
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Foi anunciado nesta segunda (10) o projeto de reurbanização do Vale do Anhangabaú. Sob o pretexto de requalificação do espaço, a Prefeitura segue entregando à iniciativa privada a gestão dos espaços públicos da cidade.

O prefeito Bruno Covas anunciou que empresas privadas serão responsáveis pela gestão de 13 pontos da região onde estão localizados prédios públicos, o Arte Palácio, que é um equipamento da Secretaria da Habitação, além da área da esplanada do Vale para a realização de eventos.

Sob justificativa de “gastos onerosos” com manutenção desses espaços, Covas impõe brutal privatização e segue com o desmonte do patrimônio do município. O curioso é que o prefeito não divulga os gastos da Prefeitura com a manutenção do Vale e ainda anuncia um investimento de R$ 80 milhões nas obras e reformas da região que irão terminar em junho do ano que vem.

Tais obras poderiam servir diretamente às demandas de ocupação, acesso e revitalização do Vale do Anhangabaú, contudo, atenderão aos interesses da iniciativa privada, o que não garante que as reais demandas de melhorias do espaço sejam atendidas. Pelo contrário, tal concessão se configura em medida higienista para afastar os moradores de rua que vivem no Vale, ao invés de propor políticas públicas para a melhor ocupação daquele espaço, semelhante ao que ocorre na região da Santa Cecília.

Privataria Tucana

A onda de privatizações na cidade teve seu início no mandato de João Dória e inclui um pacote de grandes desestatizações como a privatização do Estádio do Pacaembu e a concessão do Autódromo de Interlagos à iniciativa privada.

“Seguiremos combatendo o processo de desmonte do patrimônio do município e denunciando o pacote de privatizações da gestão Doria/Covas. Também cobraremos da Prefeitura de São Paulo sua responsabilidade com a melhora e manutenção do espaço público de modo a garantir o acesso pleno para todos e todas”, reafirmou Celso Giannazi.