O ataque da Gestão Covas ao transporte público do município é sem precedentes. Em fevereiro, a Prefeitura publicou o Decreto 58.639/2019, que alterava as regras do Bilhete Único, reduzindo o número de embarques por passagem. Tal medida foi alterada, contudo, no início do mês de agosto, Bruno Covas cortou 144 linhas de ônibus das ruas da cidade, afetando a mobilidade de todas as regiões do município. Além disso, só em 2019, em torno de 300 ônibus deixaram a frota operacional das linhas na capital paulista.
O secretário de Mobilidade e Transportes da cidade de São Paulo, Edson Caram, em entrevista ao Diário dos Transportes, afirma que, apesar da diminuição da frota, não está sendo reduzida a oferta de transportes. Contudo, a população já vem denunciando aumento da espera nas regiões afetadas e a diminuição da quantidade de ônibus em operação na cidade preocupa o Sindmotoristas, que teme demissões já que a frota será menor. Segundo o sindicato, até 2,5 mil profissionais de transportes podem ser afetados em São Paulo.
Não bastassem os problemas diários com o transporte público coletivo em São Paulo causados pela falta de logística e investimento da prefeitura, os passageiros ainda sofrem com a falta de estrutura em pontos de paradas de ônibus de bairros em regiões periféricas. É o que denuncia a reportagem do Agora (Folha de S.P.) , que percorreu cerca de 200 quilômetros na última segunda-feira (12) em ruas e avenidas de todas as regiões da cidade denunciando a situação de calamidade dos pontos de ônibus, em principal, nas áreas de periferia.
No total, 33 pontos de ônibus foram analisados em 17 endereços da cidade, alguns encravados nos extremos da capital. A situação é grave, postes de madeira sem sinalização como pontos, vários sem cobertura e bancos, além da falta do itinerário das linhas que passam no local. A diminuição da frota e o sucateamento dos pontos de ônibus da cidade revelam o verdadeiro descaso de Bruno Covas com a mobilidade urbana da cidade, parte de um projeto feito para beneficiar as concessionárias em detrimento do direito de ir e vir do cidadão paulistano.