Ricardo Vélez Rodríguez (janeiro – abril 2019)
Fã declarado do “filósofo” Olavo de Carvalho, em sua curta passagem pelo MEC demitiu dezenas servidores que não admitiram interferências indevidas no Enem, colocando em risco a própria realização do exame. Em entrevista ao jornal Valor Econômico, Vélez declarou: “Ideia de universidade para todos não existe.” Antecipando a mesmíssima fala de outro ministro de quem falaremos mais à frente. Essa declaração elitista prova que se os nomes mudaram, o projeto de demolição do ensino público sempre foi o mesmo. Em um claro abuso de poder, Vélez mandou e-mail às escolas pedindo que diretores gravassem os alunos cantando o hino nacional e citando o slogan de campanha de Bolsonaro em 2018. Não é Paulo Freire quem quer doutrinar os alunos, não é mesmo? O primeiro antiministro de Bolsonaro, sempre alinhado ao chefe, ainda propôs a revisão de livros didáticos dizendo que não houve Golpe em 1964. De origem colombiana, ainda declarou o seguinte: “o brasileiro, viajando, é um canibal.”
Abraham Weintraub (abril de 2019 – junho de 2020)
Esse causou “balbúrdia” desde o seu primeiro dia no cargo e sairia correndo do país com medo de ser preso. Na infame reunião ministerial de 22 de abril de 2020, o então ministro declarou: “Eu percebo que tem muita gente com agenda própria. Eu, por mim, botava esses vagabundos todos na cadeia. Começando no STF.” Por isso, ele foi incluído no inquérito que apura ameaças e disseminação de mentiras contra integrantes do Supremo Tribunal Federal. Além dos cortes de verbas nas universidades, ele também foi o responsável por falhas graves na realização da prova do Enem. Ele pediu demissão em 2020 e saiu correndo do país, ainda na condição de ministro, para se refugiar nos EUA. Pela sua incompetência, foi agraciado com um cargo de direção no Banco Mundial. Salário em dólar pago por todos nós, já que se trata de uma posição a qual o Estado brasileiro tem direito.
Carlos Alberto Decotelli (junho de 2020)
Esse nem chegou a assumir o cargo. Ele mentiu tanto em seu currículo que após o caso ser exposto pela imprensa decidiu pela demissão antes mesmo de tomar posse. Foram apenas cinco dias entre anúncio e a sua posse que nunca aconteceu.
Milton Ribeiro (julho 2020 – março 2022)
Esse foi o mais longevo ministro da Educação de Jair Bolsonaro. Defendeu, assim como seu antecessor Ricardo Vélez Rodríguez, que universidade deveria ser “para poucos”. Ele foi denunciado pela Procuradoria-Geral de República pelo crime de homofobia ao relacionar, em 2020, a homossexualidade a “famílias desajustadas”. O aniministro ainda defendeu o castigo físico para crianças como forma de educar. Em 2021, ele disse que crianças com deficiência “atrapalham” os demais alunos. Por essa fala que estimula o preconceito e a segregação, o vereador Celso Giannazi denunciou Milton Ribeiro ao Procurador-Geral da República. Sua política de ataque aos alunos com deficiência sempre esteve de acordo com o que o próprio presidente defendeu: por exemplo, com o Decreto 10.502/2020, que criava incentivos para a segregação de alunos com deficiência. Mas não só: o Desgoverno Bolsonaro também tentou desobrigar empresas em todo o país a cumprirem a cota para pessoas com deficiência. Depois de toda a lambança, o desastre da gestão Milton Ribeiro ainda seria marcado por um escandaloso caso de corrupção: a pedido de Jair Bolsonaro, Ribeiro favoreceu pastores na liberação de verbas. Favorece amigos ou quem quer que seja liberação de dinheiro público é crime. Há áudios do próprio ministro que confirmam a história e muitas testemunhas, inclusive denunciando propina em ouro! O agora ex-ministro também é alvo de outro inquérito da PF que trata de sobre a liberação irregular de verbas do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).
Victor Godoy (30 de Março 2022 – ?)
O novo ministro da Educação tomou posse hoje: 30 de março de 2022. Ele ocupava o cargo de secretário-executivo do MEC, o segundo na hierarquia do Ministério. Será o 5º ministro da Educação nomeado por Jair Bolsonaro. Não importa até quando vai ficar. Os nomes mudam, mas a “política” de destruição do país seguirá a mesma enquanto durar o Desgoverno.