A falta de investimentos e o sucateamento da Educação ocorrem há anos em São Paulo devido ao descaso da gestão de João Doria e Bruno Covas. Infelizmente, a pandemia do coronavírus piorou a situação para educandos e educadores, aumentando desigualdades e evidenciando que a prioridade da gestão tucana é beneficiar a iniciativa privada.
Cortes na Educação roubam futuro do país
Segundo um levantamento feito pelo G1, apenas 40% estados (15 de 25) que implantaram atividades a distância monitoram a adesão dos estudantes ao EaD. Os índices mostram também que as aulas online não são acompanhadas por todos os alunos, ou seja, na rede estadual de São Paulo, por exemplo, 54% dos alunos não possui acesso às aulas.
O motivo, além da falta de planejamento e descaso do governador em implantar o sistema excludente de EaD, é que a maioria das famílias não possui acesso à internet e muito menos computadores ou celulares em casa. Com esse sistema, mais alunos são prejudicados e o ensino a distância se mostra cada vez menos inclusivo. É o total “apagão” do Ensino Público na pandemia.
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“Como as diferenças entre alunos e escolas são estruturais, quanto mais longa for a exposição ao ensino remoto, maior será o aumento da desigualdade já existente, entre redes de ensino e dentro de uma mesma turma. É diferente ter acesso total em banda larga, em computador, ou um pedacinho do plano de dados do celular da mãe”, afirma Ricardo Henriques, ex-secretário de Educação.
Para piorar a situação que já é precária, João Doria planeja uma volta às aulas “utópica” na Rede Pública. Segundo o governador, a reabertura das escolas contará com medidas de distanciamento social, distribuição de EPI’s para todos os alunos e funcionários e a desinfecção dos ambientes.
Doria sentencia alunos e profissionais da Educação à morte com volta às aulas em julho
Como o governador pode propor isso, se nem mesmo os profissionais de Saúde que estão na linha de frente no combate ao coronavírus recebem os equipamentos de proteção necessários? Se os gestores do Quadro de Apoio, que até agora estão sendo criminosamente mantidos em plantões desnecessários nas escolas, precisam tirar recursos do próprio bolso para comprar máscaras e álcool em gel? Como propor distanciamento social se a maioria das salas de aula são superlotadas, com 40 alunos ou mais, e quando falamos de Educação Infantil, sabemos que as crianças dependem de cuidados especiais que requerem a proximidade dos educadores? Como prometer a higienização dos ambientes se Bruno Covas promoveu durante o ano de 2019 diversos cortes nos serviços de limpeza das unidades escolares?
O plano de volta às aulas, na verdade, é um plano genocida, que coloca em risco famílias e toda a comunidade escolar. As escolas não possuíam estrutura para receber os alunos antes da pandemia, quem dirá agora que contamos com mais de mil mortes por dia.